Dia Mundial do Câncer: idosas contam como o exercício é um grande aliado
O Dia Mundial de Combate ao Câncer é lembrado em 4 de fevereiro, e a data tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e também as alternativas de tratamento para cada caso.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), alimentação saudável, prática regular de atividade física, redução do consumo de bebidas alcoólicas e açucaradas, além da não utilização do tabaco são fatores de proteção contra o desenvolvimento da doença.
Para a professora aposentada Chermont Oliveira, 78, e a auditora fiscal Ana Zélia, 60, membros da academia Pulse, a prática regular de exercícios é uma importante aliada na manutenção da qualidade de vida.
Treinando regularmente desde 2009, Chermont recebeu um diagnóstico de câncer de mama há pouco mais de dois anos, em exames de rotina. “Eu acredito que o fato de fazer exercícios contribuiu para retardar o câncer e também me permitiu ter um tratamento de sucesso”, afirma.
Seu câncer de mama do tipo hormonal foi diagnosticado em dezembro de 2022, segundo ela, após já ter realizado 35 mamografias e ultras mamárias ao longo da vida. “Recebi o resultado no dia do meu aniversário, mas vejo como um presente, porque se não fosse o exame, eu não saberia e não iniciaria logo o tratamento”, afirma.
Em janeiro de 2023, Chermont retirou um quadrante da mama, que continha calcificações malignas. No mês seguinte, iniciou o tratamento hormonal, que dura cinco anos. Um ano depois, descobriu que estava com plaquetose, um aumento do número de plaquetas no sangue, necessitando de quimioterapia. “É um processo muito tóxico, que me deixa com fadiga, sem apetite e uma série de outras reações”, explica a professora.
Apesar dos desafios, Chermont encontra nos exercícios conforto físico e emocional. “Quando estou na academia, não sinto cansaço e treino bem”, diz, lembrando que começou a rotina de treinos em 2009, quando se aposentou. “Vivo um dia de cada vez, o amanhã eu planejo quando acordo”.
No caso de Ana Zélia, o diagnóstico veio em 2019. Primeiro, um câncer de intestino; depois, no pulmão. Realizou cirurgias, sessões de quimio e radioterapia, mas o tratamento foi encerrado no mesmo ano, com sucesso.
“As sessões de radioterapia dão um cansaço físico e muscular muito grande, e a minha grande aliada para o fortalecimento e aumento da massa magra foi a musculação”, destacou. “Com o exercício, eu me sinto muito bem disposta e com saúde”.
Ana Zélia conta que começou a se exercitar aos 27 anos e nunca mais parou. “Durante o tratamento, eu continuei me movimentando, o que ajudou muito”, lembra. “Credito a minha cura à atividade física”.
Exercícios na prevenção e durante o tratamento
De acordo com o profissional de Educação Física Diego Rodrigues, professor da Pulse, os exercícios físicos ajudam a prevenir o câncer por meio do controle hormonal, redução da inflamação, fortalecimento do sistema imunológico e combate ao estresse oxidativo.
“Os exercícios também ajudam a regular o peso corporal e melhoram a oxigenação dos tecidos, fatores que reduzem o risco de desenvolvimento de tumores”, ressalta. “No geral, promovem maior longevidade e prevenção de doenças associadas, como diabetes e hipertensão”.
Para pacientes em tratamento oncológico, reforça o profissional, os exercícios reduzem efeitos colaterais como fadiga, dor e perda muscular. “Também fortalecem o sistema imunológico, melhoram a saúde mental, combatem a ansiedade e aumentam a capacidade funcional, promovendo mais qualidade de vida e bem-estar durante o processo”.
Por fim, Diego destaca os exercícios mais indicados para quem está em tratamento. “As atividades aeróbicas leves, como caminhadas, treinamento de força com baixa intensidade, alongamentos e modalidades como yoga e pilates são recomendados”, afirma.
“Essas atividades ajudam a manter a força muscular, melhorar a mobilidade e reduzir o estresse, mas é fundamental que sejam orientadas por um profissional, respeitando os limites do paciente e o tipo de tratamento”.