Exercício Físico para Grávidas: a importância dele no período gestacional
O que antes era um tabu gerado pelo medo de prejudicar o bebê, hoje virou cena corriqueira e recomendada pelos profissionais. Visto que os exercícios estão muito ligados à saúde e à disposição da gestante, porém, primeiramente procure seu obstetra para, após os exames ser liberado para realização dos exercícios físicos.
O estilo de vida durante a gravidez (alimentação e exercícios físicos), além da saúde materna e a fetal está cada vez mais se tornando um assunto de interesse não só dos médicos, mas de todos os profissionais de saúde. O estilo de vida sedentário, realidade de muitas mulheres grávidas, predispõe à obesidade, hipertensão ou gestacional diabetes mellitus (GDM), além das questões de alterações fisiológicas no corpo que fazem com que o risco seja aumentado.
Podemos também ressaltar a importância de cuidar do sobrepeso ou obesidade durante a gravidez, pois está diretamente ligado a um risco significativamente maior de parto prematuro, pré-eclâmpsia, complicações relacionadas à asfixia no parto, diabetes gestacional, trabalho de parto prolongado, cesariana, infecção de ferida, hemorragia pós-parto, e o mais grave, a mortalidade infantil.
Comprovações cientificas emergentes sugerem que o treinamento físico durante a gravidez (incluindo exercícios de intensidade leve a moderada), sempre supervisionado por um profissional capacitado, podem fornecer efeitos benéficos na saúde materna e fetal sem efeitos colaterais, além de evitar a diástase do reto abdominal, estes são positivamente associados ao tempo de internação hospitalar.
Os profissionais da saúde devem disseminar as concepções e orientar as mulheres sobre os benefícios da prática da atividade física durante a gestação, a indicação vem desde a década de 1990, segundo o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). As grávidas devem ser encorajadas a realizar exercícios de 3 a 5 vezes por semana, com duração mínima de 30 minutos, totalizando 150’ semanais, divididos em exercícios aeróbicos e de fortalecimento.
Com tudo isso, podemos afirmar também que praticar exercícios físicos durante a gravidez não só cria-se o DNA de uma nova vida, mas também traz benefícios no recém-nascido, como maior neurodesenvolvimento, melhor funcionamento do coração, melhora variabilidade da frequência cardíaca e menos gordura corporal.
Quais os benefícios das atividades físicas para as gestantes?
Podemos listar abaixo alguns dos benefícios das atividades físicas a gestantes:
#01. Controle do peso
Seguir uma dieta alimentar balanceada e combinando com exercícios físicos, fatores significativos para evitar complicações durante a gestação, reduzindo o risco de diabetes gestacional e de pressão alta, consequentemente também evitará que o bebê nasça com sobrepeso, o que pode prejudicar o parto.
#02. Algias posturais
Devido às modificações sofridas no organismo desde o início da gestação, percebe-se que um dos problemas mais comuns são as alterações posturais, tida como consequência da mudança do centro de gravidade do corpo. Essa variação pode causar dores, desconfortos e limitações de movimentos cotidianos, e é chamada de lordose lombar. Com isso, o exercício físico seria a forma de realizar uma manutenção muscular, a fim de atenuar esses problemas e reduzir as dores.
#03. Combate ao estresse
Os exercícios estão diretamente associados a hormônios que podem enfatizar os efeitos antidepressivos e eufóricos fornecidas do organismo, com isso, a sensação tranquilizante. A prática traz os benefícios tanto antes, quanto após o parto.
#04. Maior autonomia no trabalho de parto
Além dos benefícios supracitados, como controle de peso e funções cardiovasculares, o exercícios bem realizado auxilia em uma redução no tempo de trabalho de parto.
Benefícios por trimestre, existe?
Sim! E para facilitar ainda mais o seu entendimento, nós trouxemos eles logo abaixo: t
1° trimestre
- Melhora da implantação placentária;
- Controla das taxas metabólicas;
- Momento ideal para prevenir sobrecarga articulares;
- Momento ideal para iniciar o cuidado de prevenção da diástase patológica;
- Redução da prevalência da diabetes e hipertensão gestacional;
- Redução dos desconfortos inerentes a essa etapa.
2° trimestre
- Redução de queixas álgicas;
- Melhor execução das atividades diárias;
- Prevenção da incontinência urinária;
- Redução dos desconfortos inerentes a esta etapa;
3° trimestre
- Melhora da qualidade de vida global;
- Promover melhora da capacidade cardiorrespiratória;
- Redução de queixas álgicas e desconfortos inerentes a esta etapa gestacional;
- Facilitar o trabalho de parto;
Recomendações de exercícios ligado a cada fase gestacional:
1° fase
- Priorizar exercícios de fortalecimento visando a estabilização;
- Treino de resistência;
- Treino aeróbico (controle de sinais vitais);
- Fortalecimento dos músculos estabilizadores da pelve;
- Estabilização abdominal;
2° fase
- Mobilidade pélvica;
- Alongamento sem excesso (durante a gestação existe um hormônio chamado relaxina, produzido pela placenta e corpo lúteo dos ovários, que é responsável pela frouxidão nas articulações e ligamentos pélvicos);
- Treino de resistência;
- Treino aeróbico (controle de sinais vitais);
- Estabilização e função abdominal;
3° fase
- Priorizar fortalecimento de membros superiores e inferiores;
- Estabilidade abdominal;
- Mobilidade pélvica;
- Alongamento sem excesso (evitar a frouxidão ligamentar);
- Treino de resistência;
- Treino aeróbico (controle de sinais vitais);
E para concluir…
Diante dessas informações, recomenda-se a eliminação de exercício aeróbio de alto impacto (como por exemplo: corrida, agachamento com salto ou esportes que coloque a gestante em situação de maior contato corporal). Com isso os exercícios aeróbicos, musculação e também os exercícios aquáticos são considerados ideais a gestante porque produz menor impacto e reduz o risco de traumas, e é recomendado durante todo o período gestacional, pois não apresentam incômodos para a paciente, principalmente no último trimestre.
Como sabemos que no período de gestação a aderência ao exercício pode ser menor, pois ainda existe entre as mulheres, alguns médicos, cuidadores e boa parte da sociedade receios e dúvidas quanto à segurança da sua prática, necessitando de esclarecimentos objetivos e incentivos permanentes.
Assim, podemos concluir que o estímulo a adoção de estilo de vida saudável deve ser parte da orientação médica e sistematizada com as demais áreas, para as mulheres obterem os comprovados benefícios durante a gestação, consequentemente das doenças crônico-degenerativas ao longo de sua vida.
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